janeiro 18, 2009

MUITO OBRIGADO!

"Em um reino distante havia muita alegria e tranquilidade. Porém, um dia a paz foi quebrada por um grave crime. Um homem, descontente com um decreto de um dos ministros do rei, levantou-se contra ele e o matou. Imediatamente os guardas reais prenderam o homem e o levaram para o tribunal.
Diferentemente das outras vezes, o próprio rei presidiu o tribunal, pois achava que a decisão daquele julgamento poderia mudar o rumo da história do reinado. Escutou as acusações contra o assassino, escutou o que o homem tinha para dizer em sua defesa, e reuniu-se com seus conselheiros para discutir o caso. Uma hora depois o rei voltou com seu conselheiros, e o veredicto foi anunciado para o público que aguardava ansioso:
- O réu é declarado culpado pelo assassinato de um dos ministros do rei, e receberá a pena de morte.
Os habitantes do reino se agitaram. Apesar de saberem que o homem realmente era culpado pelo assassinato, sabiam que no reino não se aplicava a pena de morte. Por que o rei havia sido tão duro desta vez? O rei então explicou para os seus súditos:
- Realmente a pena aplicada foi dura, mas é porque o crime foi mais grave do que aparenta. Se uma pessoa tem a coragem de matar um ministro do rei por ter se desentendido com ele, no futuro também poderá tentar matar o próprio rei por qualquer discórdia. Por isso, me senti obrigado a dar uma punição exemplar"
Desta história aprendemos uma importante lição: a forma como nos comportamos com o próximo é a forma como nos comportamos com D'us.-------------------------------------Nesta semana começamos o segundo livro da Torá, Shemot, que também é conhecido como "Sefer Hagalut Ve Hagueulá" (O livro do exílio e da redenção), por descrever a história do povo judeu desde a escravidão no Egito até a sua salvação física e espiritual. E na Parashá desta semana, Shemot, a Torá descreve que, apesar das boas vindas iniciais que o povo judeu recebeu nos dias de Yaacov e seus filhos, nas futuras gerações os egípcios começaram a tratar mal os judeus e finalmente os escravizaram. Mas com o grande nome que Yossef havia construído no Egito e tudo o que ele havia feito pelos egípcios, quem foi o faraó que teve o descaramento de fazer algo assim contra os judeus? A Torá nos dá a resposta: "E se levantou um novo rei sobre o Egito, que não conheceu Yossef" (Shemot 1:5).
Segundo uma das opiniões trazidas no Talmud, na verdade não era um faraó novo, e sim aquele mesmo faraó cujos sonhos foram decifrados por Yossef. Então por que está escrito "um novo rei"? Pois o faraó, que havia sido tão receptivo com Yossef e sua família, resolveu renovar seus decretos e criar leis contra os judeus. Mas segundo esta opinião do Talmud, se era o mesmo faraó da época de Yossef, então o que significa as palavras finais do versículo "que não conheceu Yossef"? E mais estranho ainda é que, no final da Parashá, quando Moshé Rabeinu foi falar com o faraó em nome de D'us para pedir a libertação do povo judeu, o faraó falou "Eu não sei quem é Hashem, e não vou libertar o povo judeu (Shemot 5:2)". Como pode ser que o mesmo faraó que conheceu Yossef não sabia quem é Hashem, se foi ele mesmo quem falou para Yossef, quando seus sonhos foram decifrados, "Já que Hashem revelou tudo isso para você" (Bereshit 41:39)?
Explica o Talmud que, segundo esta opinião, as palavras "que não conheceu Yossef" não querem dizer literalmente que eles não viveram na mesma época. O significado destas palavras é que o faraó se comportou como se não o tivesse conhecido. Apesar de ter presenciado a salvação de todo o povo egípcio através de Yossef, tanto na interpretação correta dos sonhos quanto no conselho de armazenar comida nos anos de fartura para alimentar todo o povo nos anos de seca, ele "esqueceu" quem foi Yossef e todas as bondades que ele fez aos egípcios, e se voltou contra os judeus.
Mas a pergunta continua, pois é possível entender que o faraó "esqueceu" quem foi Yossef, mas como é possível também ter esquecido quem é Hashem? A resposta é um fundamento muito importante ensinado pelos nossos sábios: aquele que nega a bondade que recebe de seu companheiro, no final também acabará negando as bondades recebidas de D'us; e aquele que nega as bondades recebidas de D'us é como se estivesse negando Sua existência".
Quando alguém nos faz uma bondade nos sentimos endividados. A própria expressão que dizemos, "Obrigado", implica que agora temos uma obrigação com quem nos fez o bem. É por isso que reconhecer a bondade que os outros nos fazem não é fácil, pois não gostamos de nos sentir endividados com ninguém. Preferimos muitas vezes "ignorar" algo de bom que recebemos. Para isso temos alguns "mecanismos", tais como considerar que a bondade não nos ajudou tanto, que a pessoa não fez mais do que sua obrigação ou que quem nos fez a bondade não precisou de esforço algum para fazê-lo e por isso não merece nenhum agradecimento.
A Torá nos ensina justamente o contrário. Temos que nos educar para reconhecer tudo o que os outros nos fazem de bom, e a principal ferramenta é sempre pensar "Ló Maguia Li Klum" (eu não mereço nada), isto é, tudo o que os outros nos fazem é uma grande bondade, até mesmo se recebem um salário para isso. O motorista de táxi recebe pela corrida, mas sem ele não chegaríamos na reunião importante. A empregada também recebe um salário, mas sem ela a casa não estaria limpa e arrumada.
Um dos principais fatores que levam ao reconhecimento de D'us é o reconhecimento de todas as bondades que Ele faz aos seres humanos. Recebemos uma abundância de Brachót (bençãos) Dele, como dizemos três vezes por dia na Amidá, a principal reza do judaísmo: "Agradecemos... por todos os milagres que ocorrem todos os dias conosco, e pelas maravilhas e bondades de todos os instantes". Porém, muitas vezes estas bondades passam despercebidas em nossas vidas. Por que não enxergamos que ocorrem milagres e bondades a cada instante? Por nosso costume de viver como se merecêssemos tudo, por vivermos com a impressão de que tudo o que necessitamos não é mais do que obrigação dos outros nos darem. E por não sabermos reconhecer o que as pessoas nos fazem de bom, por não conseguirmos sair desta "inércia", acabamos também não conseguindo enxergar o que D'us nos faz de bom. E isso é mais grave do que parece, pois não agradecer a D'us é, de certa forma, uma maneira de negar a Sua existência.
Não podemos mudar tudo de uma hora para outra, mas um bom começo é se educar para conseguir reconhecer pelo menos as bondades das pessoas mais próximas, que muitas vezes nos ajudam sem receber nada em troca e que são, infelizmente, as primeiras para quem esquecemos de dar o nosso reconhecimento. Quem tem um filho sabe o trabalho que dá cuidar, alimentar e educar. Quantas vezes já falamos um obrigado aos nossos pais? Quantas vezes já reconhecemos, em nossos corações, tudo o que eles nos fizeram de bom, por tantos anos? E quanto aos nossos maridos e esposas, sabemos dar valor a tudo o que se esforçam pelo nosso bem estar, ou achamos que não fazem mais do que suas obrigações? Quando vemos a comida pronta na mesa levamos em conta o esforço para comprar os ingredientes, para prepará-los e para arrumar os pratos, ou sentamos na mesa e comemos como reis que foram servidos por seus serviçais?
Pequenas mudanças no cotidiano, como por exemplo fazer com que seja mais constante o uso da expressão "muito obrigado", podem nos ajudar a, pouco a pouco, reconhecer também todos os milagres e maravilhas que D'us faz por nós a cada instante.
Shabat Shalom
Rav Efraim Birbojm

janeiro 06, 2009

Stephen Sprouse


A LouisVuitton em parceria com o artista Stephen Sprouse vai lançar alguns mimos de produção limitada.
Entre eles este skate (serão apenas dois exemplares a 8250 dólares a peça).

A RAZAO DAS MINHAS VIAGENS.

Geralmente, a quem me pergunta a razão das minhas viagens, respondo que sei muito bem do que estou fugindo, mas não o que estou procurando. - Michel de Montaigne

SUA PEQUENA VONTADE Ñ FAZ NADA.

Sua pequena vontade não faz nada. É preciso uma Grande Determinação. Não se trata apenas de esforço. Significa que todo o universo está com você e por trás de você - os passáros, as árvores, o céu, a lua e as dez direções.
Katagiri Roshi

janeiro 03, 2009

O Bom Humor é uma conquista prática diária

Se você misturar duzentos gramas de farinha de primeira num saco de farinha vencida, a farinha de primeira desaparecerá, e todos dirão que sua farinha é amarga e insuportável.Se você colocar um litro de gasolina azul num tambor cheio de água, e usar essa mistura para encher o tanque do seu carro, verá o motor bufar feito doido e não funcionar.É neste sentido que digo: O maior engole e anula o menor.Existem pessoas que se queixam o tempo todo que não vão bem nos negócios, não têm dinheiro, não têm sorte, não conseguem sentir serenidade. Desde o amanhecer exclamam que está difícil, se aborrecendo com pequenas coisas, e com dificuldades (preguiça) de agir positivamente.Ligam a TV, lêem o jornal, ouvem rádio, conversam com os amigos, e o lema é sempre o mesmo: crise, falta de dinheiro, situação difícil, lojas vazias, comparações inglórias... Se vão fazer alguma coisa ficam sempre com um pé atrás. Se desejam comprar ou conquistar algo, desistem para quando a situação estiver melhor. Passam o tempo todo navegando nas águas da inação pelo medo, pessimismo e do derrotismo.Mas essas pessoas dizem que mentalizam todos os dias riqueza e sucesso. Chegam até imaginar que são positivas, que desejam muito o sucesso e a prosperidade. Já fizeram rituais de abundância, acenderam velas e fizeram orações.Hoje se sentem iludidas dessa estória de pensamento positivo, porque ao final não funcionou. Nada deu certo.Calma. Vamos raciocinar. REFLITA:Quantos minutos por dia você pensa positivamente? Seriam 30 minutos? Quando muito uma hora?Conclusão: Você fica no pessimismo do inconsciente coletivo por 22-23 horas por dia? O que pesa mais?Duzentos gramas de ótima farinha conseguem transformar um saco de farinha amarga?SUGESTÃO - MUDE O CONTEXTO DE SUA VIDAComece por este pensamento que acho profundamente engraçado:"Não leve a vida tão a sério - Você nunca vai sair vivo dela"Pratique atividades de mudança de contexto. A Terapia do Riso é uma excelente dinâmica para esta conquista. Nós possuímos dois tipos de capacidade mental: A primeira é a Lógica, Racional, Cognitiva, Objetiva, Metódica e opera na velocidade da linguagem. Esta mente chamo de "M", e digo que funciona do pescoço para cima.A segunda é a Intuitiva, Instintiva, contém a Inteligência Emocional, é não verbal - rápida e pode lidar com padrões analógicos, Original, Sensível e Criativa. Esta mente chamo de "I", e digo que funciona do pescoço para baixo.Necessitamos usar estas duas capacidades de pensamento em todas as áreas e momentos de nossas vidas.O que acontece é que estamos saturando o uso da atividade "M", e desconsiderando - porque desconectamos - as nossas capacidades da atividade "I".A Terapia do Riso desenvolve e reativa a nossa capacidade de sermos mais criativos, flexíveis, intuitivos, positivos, livres (internamente), e assim sermos capazes de mudarmos nosso referencial conforme nossa vontade.Tudo o que precisamos fazer é permitir a nós mesmos deslocar nossa atenção para diferentes aspectos de nossa experiência.A Terapia do Riso nos possibilita a prática da mudança dos prismas em nossa vida. REPARE na diferença de atitude ao colocar sua estória para você mesmo, ou para um amigo, falando sobre o mesmo assunto, mas mudando de referencial em sua mente.Contexto 1 - A vida é uma luta. A mudança será dolorosa. Acho tudo isso muito difícil. Porque comigo?Contexto 2 - A vida é uma jornada. Uma grande oportunidade de aprendizado. Este desafio está me fazendo pensar, crescer e desapegar de coisas que realmente não me servem mais. Estou admirado comigo.Pois é. A vida é uma grande brincadeira, e para rir verdadeiramente, você precisa ser capaz de pegar a sua dor e brincar com ela. Essa é a chamada equação Charles Chaplin.
Conceição Trucom é química, cientista, palestrante e escritora sobre temas voltados para o bem-estar e qualidade de vida. Reprodução permitida desde que mantida a integridade das informações e citada a autora.Adquira seus livros, visitando o Site e http://www.docelimao.com.br/

NACHMANIDES

Rabi Moshé BEN NACHMAN ou NACHMÂNIDES, viveu na Espanha católica - (Barcelona) 4955-5030 (1195-1270), à diferença do Rambam (Maimônides), que viveu na Espanha moura.
Ramban é conhecido pelos seus comentários da Torá, do Talmud, pela famosa dissertação à defesa do judaísmo diante de Inquisição, da qual saiu vitorioso. Advocava a Aliá para Eretz Israel em sua geração. Famoso pela carta endereçada a seu filho para fortificar-lhe a humildade. o autor o aconselhou a reler a carta todas as semanas e ensiná-la a seus filhos, para assim se acostumarem, desde tenra idade, a temer a D-us. Assegurou que no dia que lesse esta carta, todos os seus pedidos seriam atendidos! "escuta, meu filho, as lições de teu pai e não rejeites o ensino de tua mãe".
Acostuma-te a dirigir-te a qualquer pessoa, sempre calmamente. Assim fugirás da ira, defeito grave que conduz ao pecado. Nossos sábios nos disseram: "Aquele que se irrita, todas as formas de inferno sobre ele se abatem", como foi dito no Eclesiastes: "Afasta a cólera de teu coração e dissipa todo mal de tua pessoa".
Quando tiveres dissipado a cólera de teu coração, deverás cultivar a humildade, que é a melhor de todas as virtudes, como está escrito: "A humildade conduz à crença em D-us.
Porque sendo humilde, te interrogarás sem cessar sobre tua origem, sobre teu caminho e terás consciência da fragilidade de tua vida e, também, após a morte.
Te lembrarás que após a vida terrestre, deverás prestar contas diante do Rei dos reis, Bendito seja Ele...
Assim que meditares sobre estas verdades, temerás teu Criador e serás protegido de erros. Graças a estas virtudes, aceitarás e serás feliz com teu destino.
A humildade te ensinará a respeitar todas as pessoas, a considerá-las, a afastar-te do erro. A Graça Divina habitará em ti e Seu Esplendor te acompanhará através do mundo vindouro.
E agora, meu filho, saiba e reflita que aquele que sente orgulho em seu coração sobre seus semelhantes, está se rebelando contra o Rei Divino, pois se vangloria com as vestes do Rei, conforme está escrito no Salmo: "D-us é Rei, Sua veste é a Majestade".
De que o homem poderia orgulhar-se?
- Da riqueza? É D-us que herda e enriquece.
- Da honra? "A riqueza e a honra estão diante de ti".
E como irás orgulhar-te com a honra do teu Criador?
- Da sabedoria? Ele, Bendito Seja, retira a palavra dos fiéis e apreende o conhecimento dos sábios.
Assim, tudo é igual perante o Senhor. Na sua fúria ele rebaixa os orgulhosos e conforma Sua vontade, eleva os humildes. Assim sendo, rebaixa-te e D-us te elevará.
Por isso eu te explicarei como conduzir-te na virtude da humildade:
Expressa-te sempre calmamente, a cabeça encurvada, teus olhos fixando a terra e teu coração para o céu. Abaixa teu olhar perante teu interlocutor e considera todo homem como teu superior: se for um sábio ou um rico, tu deverás respeitá-lo. Se ele for pobre e tu mais rico ou mais sábio que ele, pensa em teu coração que ele é mais inocente e tu mais culpado. Se ele peca é por inocência, enquanto que tu pecas propositalmente.
Em todas as circunstâncias, em todas as tuas palavras, ações e pensamentos, pensa que estás diante do Todo Poderoso e Sua Graça Divina sobre ti, pois Sua Glória preenche o mundo.
Exprime-te com temor e respeito, como o escravo perante seu mestre. Envergonha-te de qualquer homem. Se uma pessoa te interpelar, não respondas em voz alta, mas calmamente como quem está diante de seu mestre.
Estuda sempre a Torá visando cumprí-la. Ao deixar o livro, procura no estudo aquilo que possas aplicar imediatamente. Examina teus atos de manhã e à noite e todos os dias da tua vida serão de introspecção. Afasta de ti todas as preocupações mundanas no momento da prece. Prepara teu coração diante do Criador e purifica teus pensamentos. Pensa nas palavras antes de pronunciá-las.
Este será teu comportamento todos os dias da tua vida e não pecarás. Assim, tuas palavras, teus atos e teus pensamentos serão corretos. Tua prece será pura, bem dirigida e aceita perante o Rei, Bendito Seja Ele, conforme está escrito: "Tu preparas seus corações, Tu os escutas"
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Lê esta carta uma vez por semana, nunca menos, afim de cumprí-la e andar no caminho do Todo Poderoso. Assim, triunfarás em todos os teus caminhos e serás merecedor do Mundo Vindouro reservado aos justos. Todos os dias que leres esta carta, tua prece será atendida pelos Céus quando pedires por algo, para sempre. Amén.